AS EDIÇÕES PROPOSTAS PELO MVB
Boa parte das partituras publicadas pelo MVB são formatadas em edições duplas ou triplas, geralmente contendo duas ou mais das seguintes versões:
Edição Diplomática: reproduz o conteúdo da fonte original da maneira mais fiel possível. No entanto, com relação à fonte vale observar que:
- Nem sempre se trata de um manuscrito autógrafo ou autorizado;
- Pode ter sido elaborada por um copista (cópia de tradição);
- Pode conter erros de notação e outras imprecisões que quase sempre serão mantidos nesse tipo de edição (altura e duração de notas, acidentes, pausas, equívocos na grafia de digitações e harmônicos etc.).
Edição Prática: destinada à performance. Há um grau de interferência do editor ao corrigir problemas de notação, realizar modificações pontuais nas inversões e/ou texturas dos acordes, acrescentar articulações e digitações, tendo como foco o aspecto da realização sonora.
Edição Crítica: aponta e discute as intervenções editoriais realizadas.
Edições Genéticas/abertas: apresentam e cotejam as diversas fontes disponíveis de uma mesma obra.
TIPOS DE REELABORAÇÃO MUSICAL
TIPOS DE EDIÇÃO
O MVB também publica reelaborações musicais de músicas relacionadas aos pioneiros e pioneiras do violão no Brasil. Nossos critérios são os seguintes:
Transcrição e arranjo são termos frequentemente empregados com certa liberdade. Uma tentativa de estabelecer uma linha divisória, que pode muitas vezes ser tênue, é considerar o grau de interferência.
Transcrição: na transição de um meio instrumental para outro, o resultado deve reproduzir com o máximo de fidelidade possível o sentido (ou conjunto de sentidos) do texto musical original.
Arranjo: envolve um grau de interferência maior em comparação à transcrição, por meio de harmonizações, rearmonizações, realização de padrões rítmicos de acompanhamento, manipulações da forma, entre outros elementos.
Adaptação: em nossas edições, corresponde a um meio termo entre os dois tipos de reelaboração supracitados. Trata-se essencialmente de uma transcrição, mas que excede um pouco os limites do conceito de fidelidade, porém, não o suficiente para que seja caracterizada como um arranjo.
Bibliografia recomendada:
ARAGÃO, Paulo. Pixinguinha e a Gênese do Arranjo Musical Brasileiro (1929 a 1935). Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música do Centro de Letras e Artes da UNIRIO, Rio de Janeiro, 2001.
BARBEITAS, Flávio. Reflexões sobre a prática da transcrição: as suas relações com a interpretação na música e na poesia. Per Musi, Belo Horizonte, v. 1, 2000, p. 89-97.
FIGUEIREDO, Carlos Alberto. Música sacra e religiosa brasileira dos séculos XVIII e XIX: Teorias e práticas editoriais. 2. ed. Rio de Janeiro: Edição do autor [S2 Books], 2016.
FIGUEIREDO, Carlos Alberto. Tipos de Edição. Debates – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música, Rio de Janeiro, n. 7, p. 39-55, 2004.
MORAIS, Luciano César. Sérgio Abreu: sua herança histórica, poética e contribuição musical através de suas transcrições para violão. Dissertação (Mestrado em Música). USP, São Paulo, 2007.
PEREIRA, Flávia Vieira. As práticas de reelaboração musical. Tese (Doutorado em Musicologia) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
RODRIGUES, Pedro Agostinho Figueiredo. Para uma sistematização do método transcricional guitarrístico. Tese (Doutorado em Música) – Departamento de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro, Aveiro, 2011.
VALE, Victor Melo. A Tradutibilidade do Sentido: o processo de transcrição musical. Tese (Doutorado em música). UFMG, Belo Horizonte, 2018.
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Espaço criado para salvaguardar a história do violão no Brasil, priorizando o resgate, a preservação e a difusão de instrumentos musicais, personagens, partituras, documentos, práticas, artefatos e objetos, especialmente do século XIX à década de 1950.
O 1º museu do violão da América Latina.